terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Informação em Mídias Digitais

Dados apresentados por algumas consultorias de TI (tecnologia da informação) informam que em menos de cinco anos a imensa maioria dos acessos à Internet será feita por telefones móveis e não por PCs. A realidade atual é que a necessidade das pessoas de estarem conectadas e acessando e passando informações (relevantes ou não, o conceito de necessidade da ciência econômica diz respeito aquilo que é necessário para o indivíduo) é tamanha que não é possível esperar chegar em casa para ligar o computador. Sequer os notebooks conseguem suprir essa lacuna na vida das pessoas.
Paralelo a isso temos uma discussão sobre a nova cultura que isso está formando (você se lembra da sua vida antes da Internet?). Existe uma inequívoca nova forma de manifestação cultural crescente com a possibilidade de qualquer um publicar suas idéias na rede mundial de computadores (se alguém vai ler é outra história, mas está lá, assim como esse blog). Para Henry Jenkins e seus seguidores, estamos diante da Cultura da Convergência, um conceito que remete a essa conectividade de mídias e informações cada vez maior.
Confesso que sou um pouco cética com conceitos “revolucionários”, assim como torci o nariz para Fukuyama quando ele pregou o “Fim da história” (o que aliás foi um acerto de minha parte, felizmente), mas também sou obrigada a refletir que Jenkins não está reinventando a roda, mas sim alertando para um fenômeno em andamento e apontando causas e conseqüências.
Se a cultura da convergência é o conceito que resume o que está se passando no mundo, é cedo para dizer. Mas sem dúvida a convivência das pessoas com as mídias velhas e novas está em rota de colisão. Pensando bem, talvez seja melhor, pelo bem dessa convivência que ao final tudo efetivamente esteja convergindo para uma nova forma de disseminação da informação.

Referência: 
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008. cap. 1. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=133745>. Acesso em: 06 dez. 2010.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Redes Sociais e Comunidades Virtuais

As redes sociais são estruturas sociais, compostas por pessoas ou organizações, com valores e objetivos em comum. São caracterizadas por possuírem pontos de conexão (relações entre pessoas e instituições) e por terem padrão de horizontalidade (responsabilidade distribuída em função de objetivos comuns, comunicação gerada em todas as direções e também gerada por qualquer membro da rede), conforme coloca Amaral. Ainda, segundo a autora, as redes surgiram como forma das pessoas se expressarem, mostrarem suas relações e exporem suas idéias, na tentativa de solucionar problemas atuais. Ela coloca também os princípios do trabalho em rede: constitutivos (valores e objetivos compartilhados, que dão identidade à rede) e operativos (orientam a gestão da rede e o relacionamento entre os seus membros).
Exemplos de redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, MySpace, Flickr, Gazzag, Netlog, entre muitos outros.
Comunidades virtuais (SÁNCHEZ ARCE; SAORÍN PÉREZ, 2001) são aquelas constituídas por pessoas que, através da Internet, desejam satisfazer suas expectativas ou necessidades e colaborar com o coletivo. São caracterizadas pela não limitação de espaço físico e de tempo, por surgir quando uma comunidade real utiliza a internet para manter e expandir a comunicação e pelo fato de que seus membros podem desenvolver laços afetivos em virtude da comunicação estabelecida, apesar da distância física. Atualmente, as comunidades virtuais tem sido complemento das comunidades reais. Sánchez Arce e Saorín Pérez ainda colocam os elementos que formam as comunidades virtuais: pessoas que partilham uma mesma cultura, espaço virtual sem fronteiras, conjunto de regras, administradores da comunidade virtual em questão, informação e conhecimento e a ligação entre essas pessoas, as regras e os administradores. Costa (2005) descreve as comunidades virtuais como transitórias, desprendidas de tempo e espaço, baseadas na cooperação e nas trocas.
Exemplos de comunidades virtuais: Wikis, blogs, chats, fóruns, listas de discussão, etc – Usenet, O Poço, AOL, Slashdot, Wikipedia, só para citar alguns.
É importante destacar que todos os autores aqui citados escreveram em seus textos a respeito do papel do profissional da informação no que tange às redes sociais e às comunidades virtuais. Em seu texto “Redes: uma nova forma de atuar”, Amaral fala da importância da gestão da informação na rede, como uma das atividades centrais e como um de seus maiores serviços prestados; complemento a idéia da autora, aí está um nicho de mercado de trabalho para nós bibliotecários. No artigo “Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información”, Sánchez Arce e Saorín Pérez colocam que o profissional da informação ajudará a definir as redes de informação através das TICs; também avaliará as fontes e administrará o fluxo de informações. Em suma, ambos colocam o profissional da informação em um cenário futuro; seu trabalho desenvolvido evoluindo junto à sociedade.
As redes sociais e as comunidades virtuais auxiliam, e muito, o trabalho do bibliotecário. Elas são fontes de informação que podem, se bem trabalhadas, atender às necessidades informacionais dos usuários. Porque “o mundo gira muito rápido” hoje em dia, muitas vezes, uma informação científica pode aparecer antes em uma lista de discussão, por exemplo, do que em um artigo publicado. Um blog mantido por um escritor pode trazer informações a respeito do seu novo livro antes que qualquer outro meio de comunicação. Uma biblioteca, por exemplo, pode manter um perfil no Orkut e lá fornecer informações a respeito da própria instituição.
Em minha opinião, tanto as redes sociais quanto as comunidades virtuais estão aí para auxiliar o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário, basta que ele saiba identificar o que pode ou não utilizar como fonte de informação confiável. Além disso, o bibliotecário deve abrir os seus olhos para esse mercado de trabalho, ainda incomum para o profissional da informação.

Referências: 
AMARAL, Viviane. Redes: uma nova forma de atuar, Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101665>. Acesso em: 29 nov. 2010.
COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-248, mar./ago. 2005. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101667>. Acesso em: 29 nov. 2010.
SÁNCHEZ ARCE, Maria Vanessa; SAORÍN PÉREZ, Tomás. Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información. Anales de Documentación, n.4, p. 215-227, 2001. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101666>. Acesso em: 29 nov. 2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Museus Virtuais

Podemos ver os museus virtuais como nova forma de preservação e divulgação dos patrimônios históricos, artísticos e culturais (OLIVEIRA, 2007). Eles podem abrigar acervos formados por reproduções digitais de obras ou obras criadas em linguagem digital (LOUREIRO, 2004), concentrando-se na informação e não mais no lugar em si e nos objetos expostos. Também foram reconhecidos pela Icom (International Council of Museums) como uma categoria de museu, demonstrando que a Icom preocupa-se em acompanhar as mudanças que acontecem no mundo, adaptando-se junto à sociedade.
Esse tipo de museu existe a pouco mais de uma década, sendo também chamado de museu on-line, museu eletrônico, hipermuseu, museu digital, museu virtual, cibermuseu, netmuseu ou webmuseu. Carvalho (2008) enfoca as categorias de museu virtual:
- Museu folheto: O site traz informações a respeito do museu (tipo de coleção, contato, etc.).
- Museu de conteúdo: O site apresenta serviços de informações sobre seus acervos, sendo possível visitá-lo virtualmente.
- Museu do aprendizado: Neste tipo de site pode-se navegar conforme nossas idades, conhecimentos e antecedentes; sendo o foco o contexto, não o objeto. O site é desenvolvido didaticamente, com diversos hiperlinks. O objetivo é fazer com que o visitante vá ao museu físico.
- Museu virtual: Traz informações a respeito das coleções de outras instituições. Não possui acervo físico.

A seguir são colocadas algumas vantagens e desvantagens a respeito dos museus virtuais:
- Vantagens: visita a museus localizados em locais diferentes em um mesmo dia, em qualquer horário e seguindo quaisquer trajetos; visita a museus que não se conhece ou nunca se conhecerá pessoalmente; dissemina e divulga a instituição e/ou a informação; prescinde de espaço físico; permite a hipertextualidade.
- Desvantagens: não pode oferecer objetos reais aos visitantes; não consegue transmitir o estilo e a aura de um objeto (Oliveira, 2007); pessoas sem condições físicas nem econômicas tem dificuldades de acesso; aumento da já existente assimetria entre emissor e receptor (LOUREIRO, 2004).

Abaixo fica a idéia de alguns museus virtuais:
- The Virtual Museum of Iraq: Em língua inglesa, simula um museu de verdade, em que é possível andar pelos ambientes e ver obras de arte da pré-história e de povos como os sumérios, babilônios, assírios, entre outros. Para cada obra tem-se descrição e pode-se explorar ainda mais. Vale a pena visitar!
- Museu virtual de arte brasileira (MVAB): É possível navegar no site segundo o artista brasileiro. Para cada artista pode haver bibliografia, crítica, introdução explicativa das obras, etc. Todas as obras de arte possuem descrição, como se fosse em uma exposição de verdade.
- Web Gallery of Art: É composto por pinturas e esculturas européias entre os séculos XI e IXX. Neste museu pode-se visitar conforme o artista ou mesmo fazer um tour. Um ponto muito interessante neste site, para nós da Biblioteconomia, é que ele traz um glossário. Nas imagens é possível mudar a cor de fundo da tela, fazer zoom na imagem e formatá-la para ocupar toda a altura/largura da tela. É oferecida música para se escutar enquanto se navega pelo site. Possui base dados e apresenta estatísticas do museu virtual.
- Museu Virtual de Artes (MUVA): É um museu totalmente virtual. Simula como se estivéssemos visitando um museu físico, inclusive apresentando a planta arquitetônica por onde se quer andar (pode-se andar de escadas e de elevador!). Cada obra traz informações a respeito do artista (biografia, críticas, exposições e galeria de imagens), da obra (glossário, bibliografia, crítica, etc.). Possui links para comparamos obras, fazermos nossas coleções e acessarmos o recurso multimídia, com análises, entrevistas, inaugurações. Muito legal!
- Museu de Arte de SãoPaulo (MASP): Esse site é claramente para divulgar o museu e incentivar o internauta a conhecê-lo pessoalmente. Pode-se pesquisar por autor, título, categoria e tipo de obra. A obra traz informações do tipo autor, título, dados bibliográficos, data de criação, técnica, dimensões, tipo de obra, etc. Possui obras tanto nacionais quanto estrangeiras.
- Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS): Também tem o intuito de divulgar o museu e incentivar que se vá ao museu físico. Apresenta obras que podem ser buscadas por nome do artista ou por técnica (pintura, cerâmica, escultura, etc.). Cada obra possui pequeno detalhamento técnico. Apresenta dossiês de alguns de seus artistas. Seu acervo é formado basicamente por obras gaúchas.
- Museu da pessoa: Esse é um museu totalmente diferente dos até então comentados aqui. Esse é um museu virtual de histórias de vida das pessoas, aberto a qualquer um que queira partilhar a sua história. O objetivo desse museu é contribuir para a transformação social.

A pergunta que fica é: os museus físicos podem ser substituídos pelos virtuais? Acredito que não. A idéia é , através da visitas virtuais, estimular as pessoas a conhecerem os museus físicos (se possível), pois nenhuma visita por computador substitui o prazer de se visitar pessoalmente uma obra de arte, sentir o seu cheiro e tocá-la.


REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101647>. Acesso em: 21 nov. 2010.
LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101649>. Acesso em: 22 nov. 2010.
OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101648>. Acesso em: 21 nov. 2010.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O bibliotecário e o jornal online no Brasil

No post anterior falou-se aqui dos jornais online estrangeiros. Pois bem, hoje discutiremos os jornais online brasileiros, ao menos, os principais jornais. Abaixo coloco uma pequena avaliação que fiz a respeito dos sites de alguns jornais do país:

Zero Hora – jornal gaúcho
Serviços: Disponibiliza acesso a diversos sites do grupo RBS (outros jornais, rádios, TV, etc.); o site possui serviço de busca, porém não há busca avançada; o leitor assinante pode receber notícias pelo seu celular. Também disponibiliza a edição impressa para assinantes.
Interação: Interage com o seu público disponibilizando espaço para que este opine, através de debates, murais e enquetes; permite que o leitor envie notícias, artigos, crônicas, poesias, fotos; há espaço para dúvidas, críticas e sugestões; incentiva o leitor a contar pequenas histórias de vida. Está no Twitter, Facebook e seus colaboradores possuem Blogs.
Tipo de informação: Possui todo tipo de informação: esportes, economia, variedades, entre outros. Mescla texto, com foto, vídeo e áudio.

O Globo – jornal carioca
Serviços: Disponibiliza a edição impressa para assinantes; o leitor assinante pode receber notícias via e-mail e celular. Apresenta um guia de serviços (cultura, tempo, classificados, etc.); disponibiliza acesso a diversos sites do grupo Globo. Possui serviço de busca, onde se pode ordenar os resultados por data ou relevância.
Interação: Possui uma seção em que os leitores são os repórteres, podendo enviar fotos, notícias e vídeos. É possível participar escrevendo artigos, críticas, comentários e, até mesmo, charges. Seus colaboradores tem blogs.
Tipo de informação: Traz os mais diversos assuntos, tais como economia, ciências, esportes, cultura, educação, saúde, tecnologia, etc.

Jornal do Brasil – jornal carioca
Serviços: Pode-se receber notícias através do celular; disponibiliza a edição impressa; possui um ótimo sistema de busca, em que se pode refinar a pesquisa através do busca avançada do Google.
Interação: Permite que seus leitores “transformem-se” em repórteres, enviando texto, áudio, foto e vídeo. Os leitores também podem participar através de enquetes. O jornal está no Facebook e seus colaboradores possuem blogs.
Tipo de informação: Apresenta notícias de economia, esportes, ciência e tecnologia, cultura, entre outros.

Folha – jornal paulista
Serviços: O próprio site apresenta como serviços: horóscopo, indicadores, tempo, e-mail, simulado para conhecer o mercado de ações, guia cultural e outros serviços para assinantes. Tem links para a rádio e TV do grupo Folha. Possui serviços de busca por data e tem o Banco de Dados Folha, com notícias desde 1921!
Interação:: O site do jornal possui enquetes e seus colaboradores possuem blogs. Está no Twitter, Facebook, RSS e permite ser lido no iPad e iPhone.
Tipo de informação: Traz informações a respeito de esporte, ciência, tecnologia, ambiente, bichos, celebridades, comida, saúde, turismo, entre outros tantos.

Estadão – jornal paulista
Serviços: Pode-se “receber” o jornal no RSS, Twitter, celularm iPad, Facebook, Flickr. O próprio jornal apresenta como serviços: trânsito, tempo, loteria, aeroportos, horóscopo, guia gastronômico, TV, câmbio e ações (muito parecido com os serviços da Folha). Apresenta serviço de busca que pode ser por assunto, editora ou tipo de conteúdo, podendo ainda ser refinada por texto, vídeo, foto, podcasts e especiais, porém algumas notícias somente estão disponíveis aos assinantes.
Interação: Conta com blogs dos seus colaboradores; permite comentários a respeito de determinadas notícias. Há um fórum de leitores.
Tipo de informação: Apresenta notícias sobre política, economia, esportes, tecnologia, saúde, ciência, educação, cultura e outros.

Correio Braziliense – jornal brasiliense
Serviços: Oferece links para outras empresas do grupo (TV, rádio...). O serviço de busca não permite busca avançada, tornando o serviço limitado. A versão online do jornal impresso é disponibilizada para assinantes.
Interação: Permite que o leitor participe através de enquetes; seus colaboradores possuem blogs. Está no Twitter, Facebbok e no RSS.
Tipo de informação: Traz notícias ligadas à política, economia, diversão, arte, ciência, saúde, tecnologia, esportes, etc.

Estado de Minas – jornal mineiro
Serviços: Oferece serviço de e-mail para assinantes, que podem ler a edição impressa de modo online; é possível consultar edições antigas do jornal através do seu serviço de busca, que permite pesquisar utilizando operadores booleanos e datas. Possui links para rádios, TVs, etc. Para ler qualquer notícia tem que ser assinante.
Interação: Possui RSS.
Tipo de informação: Apresenta notícias sobre ciência, economia, cultura, esportes, política, gastronomia, turismo, entre outras.

Percebe-se, de um modo geral, que os jornais são parecidos. Até mesmo porque estando disponível de modo online, qualquer pessoa, de qualquer lugar no mundo, pode ser leitor, deixando o jornal de ser local. Partindo dessa premissa, contudo, encontra-se regionalidades nos jornais locais. Percebe-se isso, por exemplo, ao analisarmos que o jornal Zero Hora incentiva bastante a participação do seu leitor, bem como o Jornal do Brasil; já o Estado de Minas, não. Outra peculiaridade, diz respeito aos jornais Folha e Correio Braziliense, que interagem através de diversas meios com os seus leitores, além de trazerem notícias mais voltadas para trânsito, economia e política.
De qualquer maneira, o importante aqui é que o bibliotecário saiba desfrutar desses jornais online. Em primeiríssimo lugar, a disponibilidade de modo online permite que o profissional da informação brasileiro se mantenha informado do que acontece em seu país, de modo muito mais rápido. Em segundo lugar, a possibilidade de pesquisa nos jornais também permite que o bibliotecário possa pesquisar demandas e mesmo orientar seus usuários, tornando-os independentes e, quem sabe, disseminadores. Em terceiro lugar pode-se colocar os inúmeros trabalhos que a biblioteca pode prestar à nossa sociedade, tão desigual e carente; procurando conscientizar as pessoas de seu papel na sociedade, da importância da sua participação, de que a progressão de uma nação somente vem com o desenvolvimento intelectual dos indivíduos através do estudo; procurando mostrar a importância de uma boa alimentação, do controle de natalidade, da prevenção de doenças, etc. Isso tem exemplo em uma notícia publicada no jornal Folha, em que traz notícia da morte de um ministro panamenho, que estudou medicina no Brasil, que contava que em seu país as enfermeiras levavam as mães à biblioteca para aprender a respeito das doenças dos filhos. Nesses momentos que se percebe a dimensão da importância da biblioteca para a sociedade. Seria ideal que todos, bibliotecários, governo e sociedade, também percebessem.


Referências:
CORREIO BRAZILIENSE. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
ESTADÃO. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
ESTADO DE MINAS. Disponível em: <http://www.estaminas.com.br/em.html>. Acesso em: 15 nov. 2010.
FOLHA. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
JORNAL DO BRASIL. Disponível em: <http://jbonline.terra.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
O GLOBO. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/>. Acesso em: 15 nov. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O bibliotecário e o jornal online

Falando ainda sobre jornais eletrônicos (veja meu último post abaixo), me pergunto: o que eles tem a ver com o trabalho do bibliotecário? Acredito que tudo.
Os jornais em formato eletrônico possibilitam a busca de informações de maneira muito mais rápida e objetiva quando comparada com os jornais impressos. Basta digitar a palavra-chave e pronto, nos aparece todos os resultados possíveis. Isso seria muito mais trabalhoso em uma busca manual, que implicaria pegar o jornal propriamente dito e folheá-lo atrás do assunto. Além disso, o jornal eletrônico está online, ao alcance das nossas mãos (ou de um clique), enquanto o jornal impresso, caso estejamos do outro lado do mundo, leva mais tempo para chegar e quando chega, está desatualizado.
Tudo isso facilitou o trabalho do bibliotecário, que pode ajudar seus usuários nas suas pesquisas de maneira muito mais rápida e fácil. O trabalho do bibliotecário deixou de ser manual e moroso e passou a ser de bibliotecário educador, orientado seus usuários a como realizar buscas com resultados relevantes. Esse trabalho desenvolvido torna o seu usuário mais independente, preparando-o para a vida acadêmica e profissional.
Os jornais em formato eletrônico também afetaram, de certa forma, o acervo das bibliotecas. Com esse novo formato, os bibliotecários não precisam mais se preocupar com o espaço destinado para a guarda nem com a preservação dos jornais em papel. Muito menos se o seu acervo está atualizado ou completo. Agora tudo está no “espaço cibernético”, sendo guardado e preservado por gente que trabalho no próprio jornal. E espera-se que isso seja responsabilidade de um bibliotecário! Estando aí mais um campo de trabalho para o profissional da informação.
A disponibilização dos jornais de maneira online permite que bibliotecário seja um profissional informado do que acontece no mundo de maneira muito mais fácil e completa. Assim, também pode atender o seu usuário de modo mais eficiente.
BNF

Os jornais em formato eletrônico também servem, em minha opinião, para publicidade das bibliotecas em si e do trabalho desenvolvido pelos bibliotecários. Uma notícia publicada no jornal Le Monde, na versão online (http://leblog.vendeesign.com/web20/microsoft-signe-un-partenariat-avec-la-bnf/), traz que a empresa Microsoft firmou uma parceria com a Biblioteca Nacional da França (BNF). A Microsoft, através da sua ferramenta de busca Bing, direcionará também para resultados que contenham sugestões do acervo da biblioteca já nas primeiras opções. Isso também valerá para o serviço de busca de imagens. Calcula-se que o resultado dessa parceria fará com que dobre o número de buscas na biblioteca, que hoje conta com 1,2 milhões de documentos em seu acervo. Com isso, como bem coloca o próprio diretor da biblioteca, ficará consolidada a entrada da BNF no século XXI.

BNF

Ora, essa notícia é fantástica, porque colocará para o mundo o trabalho feito por uma biblioteca, em parceria com um gigante da informática. É a biblioteca tradicional servindo à sociedade da informação. É a biblioteca deixando de se esconder e aparecendo para o mundo e provando a sua importância no desenvolvimento da sociedade.

Referência:
Microsoft signe un partenariat avec la BNF. Le Monde. Disponível em: <http://leblog.vendeesign.com/web20/microsoft-signe-un-partenariat-avec-la-bnf/>. Acesso em: 07 nov. 2010.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jornais eletrônicos ou impressos?

Hoje vou dedicar esse post a falar a respeito dos jornais eletrônicos. Mas, em primeiro lugar, o que são jornais eletrônicos? Jornais eletrônicos são aqueles que produzem, coletam e distribuem informações através de redes de computadores (Internet) ou meios digitais (ROZADOS, 2009?, online). Eles surgiram em meados da década de 90 e, em um primeiro momento, eram simples transposições da versão impressa para o meio digital, depois passaram a ser uma mescla dessa mesma versão impressa, mas com alguns toques de interatividade, e, após, passaram a ser produtos totalmente novos, dedicados à internet e bem diferentes da versão impressa, como bem colocam Mielniczuk (2001?, online) e Quadros (2002, online). O Jornal passou, então, de produto a serviço (ALVES, 2006, online), já que o leitor deixou de ler um produto acabado e passou, ele próprio, a escolher as notícias de seu interesse, formando o “seu jornal”, através de programas que permitem ao internauta selecionar as notícias que deseja saber, a hora que quiser.
Os jornais eletrônicos possuem caráter imediatista e interativo, pois a qualquer momento e de qualquer lugar, um jornalista “conectado” pode publicar um fato que está ocorrendo (veja bem, eu não disse “ocorreu”). Isso regado a um texto informal podendo conter imagem e, mais do que isso, som e vídeo (artifícios que não podem ser usados na versão impressa de um jornal). Além disso, os jornais eletrônicos permitem atualizações constantes e maior interatividade entre jornalista e público (MIELNICZUK, 2001?, online), que pode participar e contribuir através do próprio site ou mesmo por twitters e blogs. Soma-se a isso a possibilidade de na Internet podermos “linkar” para outros assuntos de maior interesse, pesquisar nos bancos de dados existentes ou, até mesmo, para a leitura sobre a mesma notícia, porém mais completa, com um texto maior. Um ponto muito interessante, tocado por Quadros (2002, online) é que os jornalistas que escrevem para os jornais eletrônicos devem perceber que estão agora escrevendo para o mundo e não para uma comunidade específica, dessa forma, globalizando a informação. Outra questão que chama a atenção é o custo muito menor de se produzir um jornal eletrônico comparativamente com o jornal impresso.
Talvez tudo o que eu escrevi sejam consideradas causas para a tão polêmica questão do fim do jornal em papel. Porém não acredito nisso. Creio que sejam produtos diferentes, cada qual com o seu espaço e seu público. Manta (1997, online) coloca em seu texto “O Fim do Jornal Impresso?que o jornal eletrônico é um instrumento complementar, podendo jornal impresso e jornal eletrônico conviverem juntos. Mas, é claro, tudo isso “mexeu” com os demais canais de informação, que se viram obrigados a se adaptar a essa nova tendência. Então, tudo isso fez com que determinados canais de informação alterassem seus produtos, até como forma de concorrência para sobreviver no mundo cada vez mais “internético”. Por exemplo, os jornais impressos estão “linkando” seus textos, que estão menores em tamanho, para outros assuntos que estão interligados, além disso, estão se valendo do uso de cores (ROZADOS, 2009?, online). Também estão se valendo dos jornais eletrônicos como fonte de informação para as notícias que são publicadas. Percebo não só no jornal impresso, mas também na TV, a veiculação de notícias de caráter atemporal, como muitas vezes encontramos nas revistas. Essa adaptação dos canais de comunicação vem ao encontro do “midiacídio” colocado por Alves (2006, online), que acredita na morte dos meios informacionais que não se adaptarem aos novos tempos de notícias na Internet.
E onde fica o bibliotecário nessa história? Acredito que o bibliotecário tenha sim o seu lugar nesse mercado de trabalho, já que para os links e para o armazenamento das informações “é preciso ter por trás da geração da notícia (...) um poderoso sistema de indexação, catalogação e entrega, através de ferramentas de gerenciamento de dados” (QUADROS, 2002, online). Alves (2006, online) também fala na indexação do meio digital como forma de acumular conteúdos. É claro que hoje em dia existem sistemas que executam esses serviços citados, mas também é claro que alguém deve pensar em como esses sistemas devem funcionar, para uma boa indexação e catalogação, a fim de que o usuário recupere a informação que necessita. E é nesse nicho que vejo o bibliotecário.


REFERÊNCIAS

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, v. 9-10, p. 93-102, 2006. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101617>. Acesso em: 25 out. 2010.

MANTA, André. O Fim do Jornal Impresso? Salvador: 1997. Disponível em:<http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/manta/Guia/cap18.html>. Acesso em: 25 out. 2010. 1997.

MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web. Salvador: FACOM/UFBA, 2001?. Disponívem em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101616>. Acesso em: 25 out. 2010.

QUADROS, Claudia Irene de. Uma breve visão histórica do jornalismo on-line. In: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Salvador, 2002. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101615>. Acesso em: 23 out. 2010.

ROZADOS, Helen Beatriz Frota. Tema 6: Jornais Eletrônicos. Porto Alegre: FABICO/UFRGS 2009?. Texto em apresentação de slides. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743>. Acesso em: 23 out. 2010.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O YouTube EDU

Ainda dentro da discussão sobre o uso de vídeos na educação (post anterior), hoje falarei sobre onde se encontram esses vídeos no espaço cibernético.
Os tais vídeos tratados aqui ficam armazenados no que se chama de repositório de vídeos, sistemas que nos permitem recuperar, compartilhar e visualizar esses vídeos (RIBEIRO et al, 2009?) através da internet. Nesses sistemas as pessoas podem colocar os seus vídeos, sejam eles puro entretenimento e diversão ou com caráter mais educativo e informacional (geralmente, sem custo algum), e disponibilizá-los ao mundo. Assim, o vídeo está ali, para quem quiser acessar através de um clique. Bons exemplos de repositórios de vídeos são o YouTube e o Google Vídeos.



O acesso aos vídeos nesses repositórios tornou-se tão popular no mundo inteiro que a diversificação dos temas ali encontrados e o propósito de utilização dos vídeos rendeu os professores e pesquisadores, chegando à sala de aula e tornando-se uma fonte de informação. Assim, temos hoje os repositórios de vídeos educativos, que reúnem vídeos de caráter educativo, com o objetivo de auxiliar o professor na aula, seja complementando um assunto, com exemplos e práticas, seja dando uma matéria nova mesmo. Aqui temos um aspecto muito interessante, já que através do vídeo um professor pode ilustrar, por exemplo, uma reação química, que não poderia ser mostrada ao vivo, ou mesmo pode mostrar como se faz determinada cirurgia em animais, sem para tanto necessitar fazer a cirurgia. O uso de vídeos em aulas permite economia de tempo, dinheiro e, mais importante de tudo, poupa animais de experiências. Além disso tudo colocado, os repositório de vídeos educativos tornaram-se ótimos pontos de troca de idéias entre os pesquisadores, globalizando cada vez mais o conhecimento. E, como bem coloca DallaCosta (2007, p. 25), “... a utilização de vídeos... torna as nossas relações com o saber e a construção do conhecimento compatível com a realidade do nosso tempo.”
Um ótimo exemplo de repositório de vídeo educativo é o YouTube EDU. Lançado em março de 2009, nasceu voltado para as universidades (principalmente) e também para as escolas, composto por vídeos com passeios pelos campi das universidades, notícias sobre pesquisas, palestras de professores e cursos dos mais diversos assuntos, acompanhando o movimento mundial de vídeos educativos abertos (YOUTUBE, online, 2009 (01)). O YouTube EDU tem origem em um projeto voluntário de um grupo de funcionário que desejava coletar e armazenar o conteúdo educacional enviado por colégios e universidades ao YouTube; é considerado o melhor resultado não intencional da empresa, que acredita estar contribuindo para a democratização do ensino (YOUTUBE, online, 2009 (03)). Possui material de várias universidades do mundo (Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia, Brasil, só para citar alguns países) e desde outubro de 2009 o YouTube EDU é internacional, já que oferece vídeos em diversos idiomas (quando se entra na página, o idioma que aparece é o nosso próprio, porém é possível fazer a busca em outros idiomas) (YOUTUBE, online, 2009 (02)).



No YouTube EDU é possível pesquisar um vídeo utilizando termos livres, mas não se consegue refinar a pesquisa, a menos que se vá para o YouTube e lá se defina os parâmetros; também é possível publicar vídeos, bastando para isso inscrever-se.
Acesse o YouTube EDU e descubra tudo o que esse repositório tem a oferecer, porque vale a pena! Nossas aulas e trabalhos nunca mais serão os mesmos!


REFERÊNCIAS:

DALLACOSTA, Adriana. Os Usos Pedagógicos dos Vídeos Digitais Indexados. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. 195 f. Tese (Doutorado em Informática na Educação) - Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://www.adrianadallacosta.com.br/pdfs/000643030.pdf>. Acesso em: 18 out. 2010.

RIBEIRO, Patric da S. Ribeiro; FRANCISCATO, Fábio T.; MOZZAQUATRO, Patrícia M.; MEDINA, Roseclea D. Repositório de vídeos educacionais adaptado as necessidades tecnológicas de usuários de dispositivos móveis. Disponível em: <http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/wie/st05_04.pdf>. Acesso em: 18 out. 2010.

YOUTUBE. Higher Education for All. Broadcasting Ourselves ;) The Official YouTube Blog. 27 mar. 2009 (01). Disponível em: <http://youtube-global.blogspot.com/2009/03/higher-education-for-all.html>. Acesso em: 18 out. 2010.

 

YOUTUBE. Release Notes: 3/26/2009. Broadcasting Ourselves ;) The Official YouTube Blog. 26 mar. 2009 (03). Disponível em: <http://youtube-global.blogspot.com/2009/03/release-notes-3262009.html>. Acesso em: 18 out. 2010.

 

YOUTUBE. The Global Classroom on YouTube EDU. Broadcasting Ourselves ;) The Official YouTube Blog. 01 out. 2009 (02). Disponível em: <http://youtube-global.blogspot.com/2009/09/global-classroom-gets-bigger-with.html>. Acesso em: 18 out. 2010.
http://www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/pdf/wie/st05_04.pdf>. Acesso em: 18 out. 2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vídeos na Educação?

Como eu já havia recordado em um post anterior, segundo muitos “uma imagem vale mais que mil palavras”. A mensagem desse dito popular de autoria desconhecida é de fácil compreensão tanto para leigos, como para publicitários e até mesmo para profissionais da ciência da informação. Mas será que é verdade? Será que o uso do recurso visual facilita tanto a transmissão de uma idéia? Diante desse questionamento, hoje vamos falar, então, do uso do vídeo como fonte de informação: como ele pode ser uma ferramenta auxiliar da construção do conhecimento e, ainda, analisar se seu auxílio realmente facilita esse processo.
Em primeiro lugar, o que é o vídeo afinal? Segundo ROZADOS (2009?), vídeo vem do latim videre, eu vejo, e significa, nos dias de hoje, uma gravação de imagens em movimento, isso é uma imagem animada resultante de processos de armazenamento eletrônicos. Percebam que o conceito de vídeo apresentado nos remete à idéia não só de uma imagem, mas também de movimento. Para prender a atenção do receptor da mensagem, tão interessante quanto a imagem em si, é a seqüência de imagens ou movimentos que são exibidos junto com a idéia central que for apresentada. Dallacosta et al (2004?) salientam ser fundamental que sejam utilizados elementos do cotidiano dos espectadores para a construção do conhecimento, o que leva esses autores a concluir que é indispensável a utilização de vídeos na atualidade. A conclusão dos autores faz todo o sentido quando verificamos que os profissionais da ciência da informação já se renderam ao encanto da apresentação visual inclusive como forma de divulgar seu trabalho. É... Não está fácil convencer um estudante recém saído dos bancos escolares do ensino médio que ser bibliotecário é bacana. As inúmeras referências televisivas e cinematográficas a profissões como médico, advogado, jornalista, entre outras, faz com que a ciência da informação não esteja exatamente revestida de muito glamour (Hollywood ainda não nos descobriu, pelo jeito). Por isso mesmo, interessante a iniciativa descrita por Eggert e Martins (1996) de produzir um vídeo para divulgar a carreira de bibliotecário e conscientizar a sociedade de sua importância. Nossa mensagem não vai ser levada ao público em geral sem difusão e, mais importante, sem algum apelo visual que prenda a atenção do espectador. A atenção e aprendizado envolvem diversos sentidos. Assim, a possibilidade de usar a visão e audição de forma simultânea tende a fazer com que o receptor capte melhor a mensagem que é transmitida. Essa idéia também é confirmada no texto de Caetano e Falkembach (2007?), em que os autores colocam que o vídeo é uma ferramenta poderosa no que se refere à transmissão de informação aos alunos. Esses autores colocam que o aluno assiste aos vídeos de forma passiva, os quais se direcionam mais à efetividade do que à razão, desse modo, a informação transforma-se em conhecimento.
Moran (1995), em seu texto “O Vídeo na Sala de Aula”, apresenta as propostas de utilização de vídeo em sala de aula: sensibilização (provoca a curiosidade do estudante), ilustração (coloca imagem nos textos dos alunos), simulação (de reações químicas, de procedimentos médicos, de experiências), conteúdo de ensino (de forma direta – trata de tema específico - ou indireta – diversas abordagens), produção (documentação, intervenção e expressão), avaliação (do aluno, do professor), espelho (para compreensão de si mesmo) e integração/suporte (com outros meios de comunicação e com outras mídias).
Claro, devemos evitar o caminho mais fácil para atrair a atenção. Senão, estaremos nos igualando às campanhas publicitárias de cervejarias, que invariavelmente usam mulheres bonitas em trajes sumários e alusões ao verão para divulgar seu produto. Como disse MERIGO (2007)), não há ilustração de dados científicos comprovando o sucesso de uma cerveja devido a sua relação com sexualidade, embora esse blogueiro afirme que “um amigo que já trabalhou com a cerveja líder do país”, após intensa pesquisa de campo, lhe disse: “se não tiver cartaz de mulher pelada no ponto-de-venda, vende menos.” O próprio blogueiro indaga: será? Na minha leiga opinião sequer há uma preocupação com a marca nesse tipo de anúncio, pois todas as propagandas são iguais e, no final o público lembra é da Juliana Paes no balcão, e não da marca do produto. O objetivo da campanha é só fomentar o consumo da bebida. Primeiro se convence o indivíduo que “para se dar bem” tem que beber cerveja. A escolha de uma marca, bom, isso se consolida depois tentando exclusividade com o dono do botequim... O desafio no uso do vídeo é, portanto, usar a ferramenta audiovisual com conteúdo, atraindo a atenção do público sem cair no escracho.
Os textos referidos acima, especialmente os de Rozados e Dalacosta et al, dão inúmeras opções de mídias digitais para a confecção de vídeos. Com ferramentas com a página do Youtube na rede digital de computadores (a nossa conhecida Internet) é muito fácil registrar os vídeos que, por sua vez, são facilmente gravados com áudio e tudo por câmeras digitais facilmente encontradas no mercado em módicas dez prestações no cartão de crédito (nosso velho costume do endividamento a médio e longo prazo). O mais difícil é divulgar a existência de seu vídeo e, mais ainda, fazer com ele seja atraente para o público em geral. Bom, isso não pode ser empecilho para que nós profissionais da ciência da informação não utilizemos esse recurso para divulgar idéias e transmitir conhecimentos. Afinal, se a literatura e o cinema já conseguiram glamourizar a profissão de professor de simbologia religiosa (quem não ouviu falar do Código Da Vinci de Dan Brown?), não é possível que não consigamos chamar a atenção para nós bibliotecários, não é mesmo?

Referências:

CAETANO, Saulo Vicente Nunes; FALKEMBACH, Gilse A. Morgental. You Tube: uma opção para uso do vídeo na EAD. 2007?. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=119078>. Acesso em: 03 out. 2010.

DALLACOSTA, Adriana et al. O Vídeo Digital e a Educação. 2004?. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101606>. Acesso em: 03 out. 2010.

EGGERT, Gisela; MARTINS, Maria Emília Ganzarolli. Bibliotecário. Quem é? O que faz? Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. l., n. l, p. 45-48, 1996. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101607>. Acesso em: 03 out. 2010.

MERIGO, Carlos. Cervejas e mulheres. 2007. Disponível em: <http://www.brainstorm9.com.br/diversos/cervejas-e-mulheres/>. Acesso em: 03 out. 2010.

MORAN, José Manuel. O Vídeo na Sala de Aula. Comunicação & Educação, São Paulo, ano 2, n. 27 a 35, jan./abr. 1995. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101605>. Acesso em: 03 out. 2010.

ROZADOS, Helen Beatriz Frota. Tema 4: Vídeo. FABICO/UFRGS, 2009?. Texto em apresentação de slides. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743>. Acesso em: 03 out. 2010.