As redes sociais são estruturas sociais, compostas por pessoas ou organizações, com valores e objetivos em comum. São caracterizadas por possuírem pontos de conexão (relações entre pessoas e instituições) e por terem padrão de horizontalidade (responsabilidade distribuída em função de objetivos comuns, comunicação gerada em todas as direções e também gerada por qualquer membro da rede), conforme coloca Amaral. Ainda, segundo a autora, as redes surgiram como forma das pessoas se expressarem, mostrarem suas relações e exporem suas idéias, na tentativa de solucionar problemas atuais. Ela coloca também os princípios do trabalho em rede: constitutivos (valores e objetivos compartilhados, que dão identidade à rede) e operativos (orientam a gestão da rede e o relacionamento entre os seus membros).
Exemplos de redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, MySpace, Flickr, Gazzag, Netlog, entre muitos outros.
Comunidades virtuais (SÁNCHEZ ARCE; SAORÍN PÉREZ, 2001) são aquelas constituídas por pessoas que, através da Internet, desejam satisfazer suas expectativas ou necessidades e colaborar com o coletivo. São caracterizadas pela não limitação de espaço físico e de tempo, por surgir quando uma comunidade real utiliza a internet para manter e expandir a comunicação e pelo fato de que seus membros podem desenvolver laços afetivos em virtude da comunicação estabelecida, apesar da distância física. Atualmente, as comunidades virtuais tem sido complemento das comunidades reais. Sánchez Arce e Saorín Pérez ainda colocam os elementos que formam as comunidades virtuais: pessoas que partilham uma mesma cultura, espaço virtual sem fronteiras, conjunto de regras, administradores da comunidade virtual em questão, informação e conhecimento e a ligação entre essas pessoas, as regras e os administradores. Costa (2005) descreve as comunidades virtuais como transitórias, desprendidas de tempo e espaço, baseadas na cooperação e nas trocas.
Exemplos de comunidades virtuais: Wikis, blogs, chats, fóruns, listas de discussão, etc – Usenet, O Poço, AOL, Slashdot, Wikipedia, só para citar alguns.
É importante destacar que todos os autores aqui citados escreveram em seus textos a respeito do papel do profissional da informação no que tange às redes sociais e às comunidades virtuais. Em seu texto “Redes: uma nova forma de atuar”, Amaral fala da importância da gestão da informação na rede, como uma das atividades centrais e como um de seus maiores serviços prestados; complemento a idéia da autora, aí está um nicho de mercado de trabalho para nós bibliotecários. No artigo “Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información”, Sánchez Arce e Saorín Pérez colocam que o profissional da informação ajudará a definir as redes de informação através das TICs; também avaliará as fontes e administrará o fluxo de informações. Em suma, ambos colocam o profissional da informação em um cenário futuro; seu trabalho desenvolvido evoluindo junto à sociedade.
As redes sociais e as comunidades virtuais auxiliam, e muito, o trabalho do bibliotecário. Elas são fontes de informação que podem, se bem trabalhadas, atender às necessidades informacionais dos usuários. Porque “o mundo gira muito rápido” hoje em dia, muitas vezes, uma informação científica pode aparecer antes em uma lista de discussão, por exemplo, do que em um artigo publicado. Um blog mantido por um escritor pode trazer informações a respeito do seu novo livro antes que qualquer outro meio de comunicação. Uma biblioteca, por exemplo, pode manter um perfil no Orkut e lá fornecer informações a respeito da própria instituição.
Em minha opinião, tanto as redes sociais quanto as comunidades virtuais estão aí para auxiliar o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário, basta que ele saiba identificar o que pode ou não utilizar como fonte de informação confiável. Além disso, o bibliotecário deve abrir os seus olhos para esse mercado de trabalho, ainda incomum para o profissional da informação.
Referências:
AMARAL, Viviane. Redes: uma nova forma de atuar, Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101665>. Acesso em: 29 nov. 2010.
COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-248, mar./ago. 2005. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101667>. Acesso em: 29 nov. 2010.
SÁNCHEZ ARCE, Maria Vanessa; SAORÍN PÉREZ, Tomás. Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información. Anales de Documentación, n.4, p. 215-227, 2001. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101666>. Acesso em: 29 nov. 2010.
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