segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Museus Virtuais

Podemos ver os museus virtuais como nova forma de preservação e divulgação dos patrimônios históricos, artísticos e culturais (OLIVEIRA, 2007). Eles podem abrigar acervos formados por reproduções digitais de obras ou obras criadas em linguagem digital (LOUREIRO, 2004), concentrando-se na informação e não mais no lugar em si e nos objetos expostos. Também foram reconhecidos pela Icom (International Council of Museums) como uma categoria de museu, demonstrando que a Icom preocupa-se em acompanhar as mudanças que acontecem no mundo, adaptando-se junto à sociedade.
Esse tipo de museu existe a pouco mais de uma década, sendo também chamado de museu on-line, museu eletrônico, hipermuseu, museu digital, museu virtual, cibermuseu, netmuseu ou webmuseu. Carvalho (2008) enfoca as categorias de museu virtual:
- Museu folheto: O site traz informações a respeito do museu (tipo de coleção, contato, etc.).
- Museu de conteúdo: O site apresenta serviços de informações sobre seus acervos, sendo possível visitá-lo virtualmente.
- Museu do aprendizado: Neste tipo de site pode-se navegar conforme nossas idades, conhecimentos e antecedentes; sendo o foco o contexto, não o objeto. O site é desenvolvido didaticamente, com diversos hiperlinks. O objetivo é fazer com que o visitante vá ao museu físico.
- Museu virtual: Traz informações a respeito das coleções de outras instituições. Não possui acervo físico.

A seguir são colocadas algumas vantagens e desvantagens a respeito dos museus virtuais:
- Vantagens: visita a museus localizados em locais diferentes em um mesmo dia, em qualquer horário e seguindo quaisquer trajetos; visita a museus que não se conhece ou nunca se conhecerá pessoalmente; dissemina e divulga a instituição e/ou a informação; prescinde de espaço físico; permite a hipertextualidade.
- Desvantagens: não pode oferecer objetos reais aos visitantes; não consegue transmitir o estilo e a aura de um objeto (Oliveira, 2007); pessoas sem condições físicas nem econômicas tem dificuldades de acesso; aumento da já existente assimetria entre emissor e receptor (LOUREIRO, 2004).

Abaixo fica a idéia de alguns museus virtuais:
- The Virtual Museum of Iraq: Em língua inglesa, simula um museu de verdade, em que é possível andar pelos ambientes e ver obras de arte da pré-história e de povos como os sumérios, babilônios, assírios, entre outros. Para cada obra tem-se descrição e pode-se explorar ainda mais. Vale a pena visitar!
- Museu virtual de arte brasileira (MVAB): É possível navegar no site segundo o artista brasileiro. Para cada artista pode haver bibliografia, crítica, introdução explicativa das obras, etc. Todas as obras de arte possuem descrição, como se fosse em uma exposição de verdade.
- Web Gallery of Art: É composto por pinturas e esculturas européias entre os séculos XI e IXX. Neste museu pode-se visitar conforme o artista ou mesmo fazer um tour. Um ponto muito interessante neste site, para nós da Biblioteconomia, é que ele traz um glossário. Nas imagens é possível mudar a cor de fundo da tela, fazer zoom na imagem e formatá-la para ocupar toda a altura/largura da tela. É oferecida música para se escutar enquanto se navega pelo site. Possui base dados e apresenta estatísticas do museu virtual.
- Museu Virtual de Artes (MUVA): É um museu totalmente virtual. Simula como se estivéssemos visitando um museu físico, inclusive apresentando a planta arquitetônica por onde se quer andar (pode-se andar de escadas e de elevador!). Cada obra traz informações a respeito do artista (biografia, críticas, exposições e galeria de imagens), da obra (glossário, bibliografia, crítica, etc.). Possui links para comparamos obras, fazermos nossas coleções e acessarmos o recurso multimídia, com análises, entrevistas, inaugurações. Muito legal!
- Museu de Arte de SãoPaulo (MASP): Esse site é claramente para divulgar o museu e incentivar o internauta a conhecê-lo pessoalmente. Pode-se pesquisar por autor, título, categoria e tipo de obra. A obra traz informações do tipo autor, título, dados bibliográficos, data de criação, técnica, dimensões, tipo de obra, etc. Possui obras tanto nacionais quanto estrangeiras.
- Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS): Também tem o intuito de divulgar o museu e incentivar que se vá ao museu físico. Apresenta obras que podem ser buscadas por nome do artista ou por técnica (pintura, cerâmica, escultura, etc.). Cada obra possui pequeno detalhamento técnico. Apresenta dossiês de alguns de seus artistas. Seu acervo é formado basicamente por obras gaúchas.
- Museu da pessoa: Esse é um museu totalmente diferente dos até então comentados aqui. Esse é um museu virtual de histórias de vida das pessoas, aberto a qualquer um que queira partilhar a sua história. O objetivo desse museu é contribuir para a transformação social.

A pergunta que fica é: os museus físicos podem ser substituídos pelos virtuais? Acredito que não. A idéia é , através da visitas virtuais, estimular as pessoas a conhecerem os museus físicos (se possível), pois nenhuma visita por computador substitui o prazer de se visitar pessoalmente uma obra de arte, sentir o seu cheiro e tocá-la.


REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101647>. Acesso em: 21 nov. 2010.
LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101649>. Acesso em: 22 nov. 2010.
OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101648>. Acesso em: 21 nov. 2010.

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