segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Banco de Imagens

Para escrever este post me lembrei dos meus trabalhos na escola, em que para colocar uma imagem tínhamos que recorrer às fotocópias de livros. Agora penso na minha filha na escola, que para colocar uma imagem em qualquer trabalho seu basta apenas um click para surgirem milhares de imagens! E isso é muito bacana! A disponibilidade de imagens na internet possibilita que as utilizemos em trabalhos, vídeos e possamos também visualizar lugares, pessoas e objetos que não conheçamos. Assim, tornando a nossa vida bem mais interessante, não?
AUMONT (1993) coloca que as imagens sempre ocuparam espaço na nossa História, assumindo diferentes funções: simbólica (símbolos religiosos), epistêmica (informações a respeito do mundo) e estética (provoca sensações).
Arquivo: Fonte pessoal.
Muñoz Castaño, no seu artigo Bancos de imágenes: evaluación y análisis de los mecanismos de recuperación de imágenes, coloca que os bancos de imagens surgiram a partir do crescimento da internet e da foto digital, a fim de disponibilizar imagens para o mundo todo. O autor também coloca que as imagens podem ser sujeitas a direito ou podem ser imagens de uso livre, assim, os bancos de imagens oferecem acesso e serviços diferenciados.
Os bancos de imagens de uso livre podem ou não ser gratuitos, o que implica diversas formas de acesso e serviços oferecidos. Um ponto muito interessante colocado pelo autor é que somente os bancos de imagens podem negociar imagens (intermediando o usuário e o autor), limitando a idéia de globalização que a internet nos traz. As imagens dos bancos pagos podem ser modificadas e utilizadas quantas vezes se desejar. A busca de imagens pode ser feita através de termos ou mesmo de características das imagens que estamos em busca; por exemplo, podemos fazer buscas por termos abstratos (curiosidade, loucura, carinho, etc.), animais e natureza, arte e arquitetura, comida e agricultura, pessoas e estilos de vida, viagens e cultura, entre outros. E também podemos fazer buscas pela cor, plano, número de pessoas, e mais; porém são poucos os bancos de imagens que permitem esse tipo de busca mais detalhada.
Arquivo: Fonte pessoal.
Já as imagens sujeitas a direito são aquelas em que há direito de propriedade e exploração (os bancos de imagens pagam royalties aos autores) e o direito de imagem (privacidade; um exemplo atual são os famosos processos de celebridades contra paparazzis), a menos que se use uma foto de uma personalidade pública para fins não comerciais (livros, notícias, etc.). As imagens desse grupo não podem ser modificadas nem utilizadas de modo ilimitado.
Como colocado no meu post anterior, a catalogação de imagens, seja em um banco de dados, seja em uma unidade de informação, exige um esforço de caráter cognitivo do profissional da informação. Uma imagem pode significar muitas coisas, e esses significados precisam estar cadastrados a fim de que a informação seja recuperada pelo usuário. Por isso mesmo, nos bancos de imagens, a linguagem dos tesauros utilizada possui termos específicos e subjetivos. Um bom exemplo de construção de indexação de imagens está em “Gerenciamento eletrônico de documentos: criação de um banco de informações e imagens no Arquivo Permanente da UNICAMP”, de BARBIERI, INNARELLI e MARTINS (2002), em que os autores colocam que para cadastra as imagens se valeram de matérias de jornais, revistas, documentos e entrevistas com participantes encontravam nas fotografias.
Arquivo: Fonte pessoal.
Para finalizar esse post, já que estamos aqui falando sobre imagens, não posso deixar de discutir aqui a questão do direito autoral. BASSO (2000) coloca que O que chamamos de direito de propriedade intelectual se divide em dois ramos: o direito autoral, que diz respeito às obras artísticas (livros, músicas, etc.) e o direito industrial (invenções, marcas e patentes). A origem desses direitos tem a idéia de garantir a remuneração do artista ou inventor pela sua criação. Contudo, diria que o direito autoral, mais que o aspecto econômico, atualmente, objetiva a proteção intelectual do autor, que tem a sua obra vastamente difundida (por causa da internet) sem receber crédito algum, ou pior, às vezes, creditado a outra pessoa. Não se pode impedir que as pessoas acessem às imagens na internet, mas se pode fazer um trabalho de conscientização das pessoas para que respeitem a obra do autor, fazendo sempre uso de referências.

Referências
AUMONT, Jacques. A Imagem. Campinas : Papirus, 1993. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=8IzbrL5Mm4UC&oi=fnd&pg=PA13&ots=4wvZzIaqgI&sig=3MVLmlDhS2nFnFxm3kZ-dlk0lHM#v=onepage&q&f=true>. Acesso em: 26 set. 2010.

BARBIERI, Cristina Correia Dias; INNARELLI, Humberto Celeste; MARTINS, Neire do Rossio. Gerenciamento eletrônico de documentos: criação de um banco de informações e imagens no Arquivo Permanente da UNICAMP. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS BIBLIOTECAS CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO E MUSEUS, 1., 2002. Textos... São Paulo: Imprensa Oficial, 2002. p.53-66.

BASSO, Maristela. O direito internacional da propriedade intelectual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000.

MUÑOZ CASTAÑO, Jesús E. Bancos de imágenes: evaluación y análisis de los mecanismos de recuperación de imágenes. El profesional de la información, v. 10, n. 3., p. 4-18, mar. 2001.

QUEIROZ, Daniela Gralha de Caneda; GONÇALVES, Karen Regina; LOPES, Maria Célia Azevedo. O Direito Autoral. Porto Alegre, 2009. Disponível em: <http://informacaonainternet.blogspot.com/2009/12/o-direito-autoral.html>. Acesso em: 26 set. 2010.


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