segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Redes Sociais e Comunidades Virtuais

As redes sociais são estruturas sociais, compostas por pessoas ou organizações, com valores e objetivos em comum. São caracterizadas por possuírem pontos de conexão (relações entre pessoas e instituições) e por terem padrão de horizontalidade (responsabilidade distribuída em função de objetivos comuns, comunicação gerada em todas as direções e também gerada por qualquer membro da rede), conforme coloca Amaral. Ainda, segundo a autora, as redes surgiram como forma das pessoas se expressarem, mostrarem suas relações e exporem suas idéias, na tentativa de solucionar problemas atuais. Ela coloca também os princípios do trabalho em rede: constitutivos (valores e objetivos compartilhados, que dão identidade à rede) e operativos (orientam a gestão da rede e o relacionamento entre os seus membros).
Exemplos de redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, MySpace, Flickr, Gazzag, Netlog, entre muitos outros.
Comunidades virtuais (SÁNCHEZ ARCE; SAORÍN PÉREZ, 2001) são aquelas constituídas por pessoas que, através da Internet, desejam satisfazer suas expectativas ou necessidades e colaborar com o coletivo. São caracterizadas pela não limitação de espaço físico e de tempo, por surgir quando uma comunidade real utiliza a internet para manter e expandir a comunicação e pelo fato de que seus membros podem desenvolver laços afetivos em virtude da comunicação estabelecida, apesar da distância física. Atualmente, as comunidades virtuais tem sido complemento das comunidades reais. Sánchez Arce e Saorín Pérez ainda colocam os elementos que formam as comunidades virtuais: pessoas que partilham uma mesma cultura, espaço virtual sem fronteiras, conjunto de regras, administradores da comunidade virtual em questão, informação e conhecimento e a ligação entre essas pessoas, as regras e os administradores. Costa (2005) descreve as comunidades virtuais como transitórias, desprendidas de tempo e espaço, baseadas na cooperação e nas trocas.
Exemplos de comunidades virtuais: Wikis, blogs, chats, fóruns, listas de discussão, etc – Usenet, O Poço, AOL, Slashdot, Wikipedia, só para citar alguns.
É importante destacar que todos os autores aqui citados escreveram em seus textos a respeito do papel do profissional da informação no que tange às redes sociais e às comunidades virtuais. Em seu texto “Redes: uma nova forma de atuar”, Amaral fala da importância da gestão da informação na rede, como uma das atividades centrais e como um de seus maiores serviços prestados; complemento a idéia da autora, aí está um nicho de mercado de trabalho para nós bibliotecários. No artigo “Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información”, Sánchez Arce e Saorín Pérez colocam que o profissional da informação ajudará a definir as redes de informação através das TICs; também avaliará as fontes e administrará o fluxo de informações. Em suma, ambos colocam o profissional da informação em um cenário futuro; seu trabalho desenvolvido evoluindo junto à sociedade.
As redes sociais e as comunidades virtuais auxiliam, e muito, o trabalho do bibliotecário. Elas são fontes de informação que podem, se bem trabalhadas, atender às necessidades informacionais dos usuários. Porque “o mundo gira muito rápido” hoje em dia, muitas vezes, uma informação científica pode aparecer antes em uma lista de discussão, por exemplo, do que em um artigo publicado. Um blog mantido por um escritor pode trazer informações a respeito do seu novo livro antes que qualquer outro meio de comunicação. Uma biblioteca, por exemplo, pode manter um perfil no Orkut e lá fornecer informações a respeito da própria instituição.
Em minha opinião, tanto as redes sociais quanto as comunidades virtuais estão aí para auxiliar o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário, basta que ele saiba identificar o que pode ou não utilizar como fonte de informação confiável. Além disso, o bibliotecário deve abrir os seus olhos para esse mercado de trabalho, ainda incomum para o profissional da informação.

Referências: 
AMARAL, Viviane. Redes: uma nova forma de atuar, Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101665>. Acesso em: 29 nov. 2010.
COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-248, mar./ago. 2005. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101667>. Acesso em: 29 nov. 2010.
SÁNCHEZ ARCE, Maria Vanessa; SAORÍN PÉREZ, Tomás. Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información. Anales de Documentación, n.4, p. 215-227, 2001. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101666>. Acesso em: 29 nov. 2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Museus Virtuais

Podemos ver os museus virtuais como nova forma de preservação e divulgação dos patrimônios históricos, artísticos e culturais (OLIVEIRA, 2007). Eles podem abrigar acervos formados por reproduções digitais de obras ou obras criadas em linguagem digital (LOUREIRO, 2004), concentrando-se na informação e não mais no lugar em si e nos objetos expostos. Também foram reconhecidos pela Icom (International Council of Museums) como uma categoria de museu, demonstrando que a Icom preocupa-se em acompanhar as mudanças que acontecem no mundo, adaptando-se junto à sociedade.
Esse tipo de museu existe a pouco mais de uma década, sendo também chamado de museu on-line, museu eletrônico, hipermuseu, museu digital, museu virtual, cibermuseu, netmuseu ou webmuseu. Carvalho (2008) enfoca as categorias de museu virtual:
- Museu folheto: O site traz informações a respeito do museu (tipo de coleção, contato, etc.).
- Museu de conteúdo: O site apresenta serviços de informações sobre seus acervos, sendo possível visitá-lo virtualmente.
- Museu do aprendizado: Neste tipo de site pode-se navegar conforme nossas idades, conhecimentos e antecedentes; sendo o foco o contexto, não o objeto. O site é desenvolvido didaticamente, com diversos hiperlinks. O objetivo é fazer com que o visitante vá ao museu físico.
- Museu virtual: Traz informações a respeito das coleções de outras instituições. Não possui acervo físico.

A seguir são colocadas algumas vantagens e desvantagens a respeito dos museus virtuais:
- Vantagens: visita a museus localizados em locais diferentes em um mesmo dia, em qualquer horário e seguindo quaisquer trajetos; visita a museus que não se conhece ou nunca se conhecerá pessoalmente; dissemina e divulga a instituição e/ou a informação; prescinde de espaço físico; permite a hipertextualidade.
- Desvantagens: não pode oferecer objetos reais aos visitantes; não consegue transmitir o estilo e a aura de um objeto (Oliveira, 2007); pessoas sem condições físicas nem econômicas tem dificuldades de acesso; aumento da já existente assimetria entre emissor e receptor (LOUREIRO, 2004).

Abaixo fica a idéia de alguns museus virtuais:
- The Virtual Museum of Iraq: Em língua inglesa, simula um museu de verdade, em que é possível andar pelos ambientes e ver obras de arte da pré-história e de povos como os sumérios, babilônios, assírios, entre outros. Para cada obra tem-se descrição e pode-se explorar ainda mais. Vale a pena visitar!
- Museu virtual de arte brasileira (MVAB): É possível navegar no site segundo o artista brasileiro. Para cada artista pode haver bibliografia, crítica, introdução explicativa das obras, etc. Todas as obras de arte possuem descrição, como se fosse em uma exposição de verdade.
- Web Gallery of Art: É composto por pinturas e esculturas européias entre os séculos XI e IXX. Neste museu pode-se visitar conforme o artista ou mesmo fazer um tour. Um ponto muito interessante neste site, para nós da Biblioteconomia, é que ele traz um glossário. Nas imagens é possível mudar a cor de fundo da tela, fazer zoom na imagem e formatá-la para ocupar toda a altura/largura da tela. É oferecida música para se escutar enquanto se navega pelo site. Possui base dados e apresenta estatísticas do museu virtual.
- Museu Virtual de Artes (MUVA): É um museu totalmente virtual. Simula como se estivéssemos visitando um museu físico, inclusive apresentando a planta arquitetônica por onde se quer andar (pode-se andar de escadas e de elevador!). Cada obra traz informações a respeito do artista (biografia, críticas, exposições e galeria de imagens), da obra (glossário, bibliografia, crítica, etc.). Possui links para comparamos obras, fazermos nossas coleções e acessarmos o recurso multimídia, com análises, entrevistas, inaugurações. Muito legal!
- Museu de Arte de SãoPaulo (MASP): Esse site é claramente para divulgar o museu e incentivar o internauta a conhecê-lo pessoalmente. Pode-se pesquisar por autor, título, categoria e tipo de obra. A obra traz informações do tipo autor, título, dados bibliográficos, data de criação, técnica, dimensões, tipo de obra, etc. Possui obras tanto nacionais quanto estrangeiras.
- Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS): Também tem o intuito de divulgar o museu e incentivar que se vá ao museu físico. Apresenta obras que podem ser buscadas por nome do artista ou por técnica (pintura, cerâmica, escultura, etc.). Cada obra possui pequeno detalhamento técnico. Apresenta dossiês de alguns de seus artistas. Seu acervo é formado basicamente por obras gaúchas.
- Museu da pessoa: Esse é um museu totalmente diferente dos até então comentados aqui. Esse é um museu virtual de histórias de vida das pessoas, aberto a qualquer um que queira partilhar a sua história. O objetivo desse museu é contribuir para a transformação social.

A pergunta que fica é: os museus físicos podem ser substituídos pelos virtuais? Acredito que não. A idéia é , através da visitas virtuais, estimular as pessoas a conhecerem os museus físicos (se possível), pois nenhuma visita por computador substitui o prazer de se visitar pessoalmente uma obra de arte, sentir o seu cheiro e tocá-la.


REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 83-93, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101647>. Acesso em: 21 nov. 2010.
LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101649>. Acesso em: 22 nov. 2010.
OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital. Comunicação e Sociedade, v. 12, p. 147-161, 2007. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101648>. Acesso em: 21 nov. 2010.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O bibliotecário e o jornal online no Brasil

No post anterior falou-se aqui dos jornais online estrangeiros. Pois bem, hoje discutiremos os jornais online brasileiros, ao menos, os principais jornais. Abaixo coloco uma pequena avaliação que fiz a respeito dos sites de alguns jornais do país:

Zero Hora – jornal gaúcho
Serviços: Disponibiliza acesso a diversos sites do grupo RBS (outros jornais, rádios, TV, etc.); o site possui serviço de busca, porém não há busca avançada; o leitor assinante pode receber notícias pelo seu celular. Também disponibiliza a edição impressa para assinantes.
Interação: Interage com o seu público disponibilizando espaço para que este opine, através de debates, murais e enquetes; permite que o leitor envie notícias, artigos, crônicas, poesias, fotos; há espaço para dúvidas, críticas e sugestões; incentiva o leitor a contar pequenas histórias de vida. Está no Twitter, Facebook e seus colaboradores possuem Blogs.
Tipo de informação: Possui todo tipo de informação: esportes, economia, variedades, entre outros. Mescla texto, com foto, vídeo e áudio.

O Globo – jornal carioca
Serviços: Disponibiliza a edição impressa para assinantes; o leitor assinante pode receber notícias via e-mail e celular. Apresenta um guia de serviços (cultura, tempo, classificados, etc.); disponibiliza acesso a diversos sites do grupo Globo. Possui serviço de busca, onde se pode ordenar os resultados por data ou relevância.
Interação: Possui uma seção em que os leitores são os repórteres, podendo enviar fotos, notícias e vídeos. É possível participar escrevendo artigos, críticas, comentários e, até mesmo, charges. Seus colaboradores tem blogs.
Tipo de informação: Traz os mais diversos assuntos, tais como economia, ciências, esportes, cultura, educação, saúde, tecnologia, etc.

Jornal do Brasil – jornal carioca
Serviços: Pode-se receber notícias através do celular; disponibiliza a edição impressa; possui um ótimo sistema de busca, em que se pode refinar a pesquisa através do busca avançada do Google.
Interação: Permite que seus leitores “transformem-se” em repórteres, enviando texto, áudio, foto e vídeo. Os leitores também podem participar através de enquetes. O jornal está no Facebook e seus colaboradores possuem blogs.
Tipo de informação: Apresenta notícias de economia, esportes, ciência e tecnologia, cultura, entre outros.

Folha – jornal paulista
Serviços: O próprio site apresenta como serviços: horóscopo, indicadores, tempo, e-mail, simulado para conhecer o mercado de ações, guia cultural e outros serviços para assinantes. Tem links para a rádio e TV do grupo Folha. Possui serviços de busca por data e tem o Banco de Dados Folha, com notícias desde 1921!
Interação:: O site do jornal possui enquetes e seus colaboradores possuem blogs. Está no Twitter, Facebook, RSS e permite ser lido no iPad e iPhone.
Tipo de informação: Traz informações a respeito de esporte, ciência, tecnologia, ambiente, bichos, celebridades, comida, saúde, turismo, entre outros tantos.

Estadão – jornal paulista
Serviços: Pode-se “receber” o jornal no RSS, Twitter, celularm iPad, Facebook, Flickr. O próprio jornal apresenta como serviços: trânsito, tempo, loteria, aeroportos, horóscopo, guia gastronômico, TV, câmbio e ações (muito parecido com os serviços da Folha). Apresenta serviço de busca que pode ser por assunto, editora ou tipo de conteúdo, podendo ainda ser refinada por texto, vídeo, foto, podcasts e especiais, porém algumas notícias somente estão disponíveis aos assinantes.
Interação: Conta com blogs dos seus colaboradores; permite comentários a respeito de determinadas notícias. Há um fórum de leitores.
Tipo de informação: Apresenta notícias sobre política, economia, esportes, tecnologia, saúde, ciência, educação, cultura e outros.

Correio Braziliense – jornal brasiliense
Serviços: Oferece links para outras empresas do grupo (TV, rádio...). O serviço de busca não permite busca avançada, tornando o serviço limitado. A versão online do jornal impresso é disponibilizada para assinantes.
Interação: Permite que o leitor participe através de enquetes; seus colaboradores possuem blogs. Está no Twitter, Facebbok e no RSS.
Tipo de informação: Traz notícias ligadas à política, economia, diversão, arte, ciência, saúde, tecnologia, esportes, etc.

Estado de Minas – jornal mineiro
Serviços: Oferece serviço de e-mail para assinantes, que podem ler a edição impressa de modo online; é possível consultar edições antigas do jornal através do seu serviço de busca, que permite pesquisar utilizando operadores booleanos e datas. Possui links para rádios, TVs, etc. Para ler qualquer notícia tem que ser assinante.
Interação: Possui RSS.
Tipo de informação: Apresenta notícias sobre ciência, economia, cultura, esportes, política, gastronomia, turismo, entre outras.

Percebe-se, de um modo geral, que os jornais são parecidos. Até mesmo porque estando disponível de modo online, qualquer pessoa, de qualquer lugar no mundo, pode ser leitor, deixando o jornal de ser local. Partindo dessa premissa, contudo, encontra-se regionalidades nos jornais locais. Percebe-se isso, por exemplo, ao analisarmos que o jornal Zero Hora incentiva bastante a participação do seu leitor, bem como o Jornal do Brasil; já o Estado de Minas, não. Outra peculiaridade, diz respeito aos jornais Folha e Correio Braziliense, que interagem através de diversas meios com os seus leitores, além de trazerem notícias mais voltadas para trânsito, economia e política.
De qualquer maneira, o importante aqui é que o bibliotecário saiba desfrutar desses jornais online. Em primeiríssimo lugar, a disponibilidade de modo online permite que o profissional da informação brasileiro se mantenha informado do que acontece em seu país, de modo muito mais rápido. Em segundo lugar, a possibilidade de pesquisa nos jornais também permite que o bibliotecário possa pesquisar demandas e mesmo orientar seus usuários, tornando-os independentes e, quem sabe, disseminadores. Em terceiro lugar pode-se colocar os inúmeros trabalhos que a biblioteca pode prestar à nossa sociedade, tão desigual e carente; procurando conscientizar as pessoas de seu papel na sociedade, da importância da sua participação, de que a progressão de uma nação somente vem com o desenvolvimento intelectual dos indivíduos através do estudo; procurando mostrar a importância de uma boa alimentação, do controle de natalidade, da prevenção de doenças, etc. Isso tem exemplo em uma notícia publicada no jornal Folha, em que traz notícia da morte de um ministro panamenho, que estudou medicina no Brasil, que contava que em seu país as enfermeiras levavam as mães à biblioteca para aprender a respeito das doenças dos filhos. Nesses momentos que se percebe a dimensão da importância da biblioteca para a sociedade. Seria ideal que todos, bibliotecários, governo e sociedade, também percebessem.


Referências:
CORREIO BRAZILIENSE. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
ESTADÃO. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
ESTADO DE MINAS. Disponível em: <http://www.estaminas.com.br/em.html>. Acesso em: 15 nov. 2010.
FOLHA. Disponível em: <http://www.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
JORNAL DO BRASIL. Disponível em: <http://jbonline.terra.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.
O GLOBO. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/>. Acesso em: 15 nov. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O bibliotecário e o jornal online

Falando ainda sobre jornais eletrônicos (veja meu último post abaixo), me pergunto: o que eles tem a ver com o trabalho do bibliotecário? Acredito que tudo.
Os jornais em formato eletrônico possibilitam a busca de informações de maneira muito mais rápida e objetiva quando comparada com os jornais impressos. Basta digitar a palavra-chave e pronto, nos aparece todos os resultados possíveis. Isso seria muito mais trabalhoso em uma busca manual, que implicaria pegar o jornal propriamente dito e folheá-lo atrás do assunto. Além disso, o jornal eletrônico está online, ao alcance das nossas mãos (ou de um clique), enquanto o jornal impresso, caso estejamos do outro lado do mundo, leva mais tempo para chegar e quando chega, está desatualizado.
Tudo isso facilitou o trabalho do bibliotecário, que pode ajudar seus usuários nas suas pesquisas de maneira muito mais rápida e fácil. O trabalho do bibliotecário deixou de ser manual e moroso e passou a ser de bibliotecário educador, orientado seus usuários a como realizar buscas com resultados relevantes. Esse trabalho desenvolvido torna o seu usuário mais independente, preparando-o para a vida acadêmica e profissional.
Os jornais em formato eletrônico também afetaram, de certa forma, o acervo das bibliotecas. Com esse novo formato, os bibliotecários não precisam mais se preocupar com o espaço destinado para a guarda nem com a preservação dos jornais em papel. Muito menos se o seu acervo está atualizado ou completo. Agora tudo está no “espaço cibernético”, sendo guardado e preservado por gente que trabalho no próprio jornal. E espera-se que isso seja responsabilidade de um bibliotecário! Estando aí mais um campo de trabalho para o profissional da informação.
A disponibilização dos jornais de maneira online permite que bibliotecário seja um profissional informado do que acontece no mundo de maneira muito mais fácil e completa. Assim, também pode atender o seu usuário de modo mais eficiente.
BNF

Os jornais em formato eletrônico também servem, em minha opinião, para publicidade das bibliotecas em si e do trabalho desenvolvido pelos bibliotecários. Uma notícia publicada no jornal Le Monde, na versão online (http://leblog.vendeesign.com/web20/microsoft-signe-un-partenariat-avec-la-bnf/), traz que a empresa Microsoft firmou uma parceria com a Biblioteca Nacional da França (BNF). A Microsoft, através da sua ferramenta de busca Bing, direcionará também para resultados que contenham sugestões do acervo da biblioteca já nas primeiras opções. Isso também valerá para o serviço de busca de imagens. Calcula-se que o resultado dessa parceria fará com que dobre o número de buscas na biblioteca, que hoje conta com 1,2 milhões de documentos em seu acervo. Com isso, como bem coloca o próprio diretor da biblioteca, ficará consolidada a entrada da BNF no século XXI.

BNF

Ora, essa notícia é fantástica, porque colocará para o mundo o trabalho feito por uma biblioteca, em parceria com um gigante da informática. É a biblioteca tradicional servindo à sociedade da informação. É a biblioteca deixando de se esconder e aparecendo para o mundo e provando a sua importância no desenvolvimento da sociedade.

Referência:
Microsoft signe un partenariat avec la BNF. Le Monde. Disponível em: <http://leblog.vendeesign.com/web20/microsoft-signe-un-partenariat-avec-la-bnf/>. Acesso em: 07 nov. 2010.